Dando visibilidade aos invisíveis: uma teologia prática para deficientes

A inclusão do deficiente sempre foi um desafio à sociedade e as igrejas Cristãs (Católicas e Protestantes), enquanto instituições que fazem parte desta sociedade.

Para as igrejas cristãs, esse desafio passou a ter maior importância a partir do século XX. Não pretendemos fazer um resgate histórico profundo da questão, muito menos um manual de acessibilidade, pois a legislação vigente em nosso país já se encarregou disso, o que precisamos é cumprir o que a lei estabelece. Tivemos como base central da pesquisa o auxílio de três textos importantes para o assunto: 1- O texto Campanha da Fraternidade em 2006; 2. O texto do Conselho Mundial de Igrejas em 2005/2006; 3- O texto da Igreja Evangélica De Confissão Luterana No Brasil em 2015. 

A partir da construção destes textos, a inclusão do deficiente, nos espaços eclesiais, alcança um status teológico, público e prático, que busca a visibilidade dos invisíveis como pessoa humana.

Como tema central do nosso texto, proponho o seguinte: as igrejas precisam recuperar a responsabilidade social, perdida ao longo de sua caminhada e se tornarem lócus teológico capaz de representar o Reino de Deus, onde a pessoa humana com deficiência, igualmente a todos e todas sem distinção, possam encontrar abrigo, como nos remete o texto de Marcos em relação ao Reino, que diz: “[...] É como um grão de mostarda que é a menor semente que se planta na terra. No entanto, uma vez plantada, cresce e se torna a maior das hortaliças com ramos tão grandes que as aves do céu podem abrigar-se a sua sombra [...]”, (cf Mc. 4. 31-34).

É possível através do diálogo, entre teologia e deficiência, construir uma práxis teológica inclusiva, uma igreja que vive de forma ontológica a responsabilidade social como missão natural e ética, que em seu caminho pode se tornar uma comunidade que venha gerar inserção, acessibilidade e uma relação, onde cuidado, cura e salvação são sinônimos capazes de proporcionar libertação dos projetos excludentes institucionais.