A condição Humana em Zygmunt Bauman

Zygmunt Bauman, pensador polonês nascido em 1925, iniciou sua carreira acadêmica na Universidade de Varsóvia, mas por conta da má compreensão do seu pensamento (ainda em formação), após tentativas de fixação de domicílio acadêmico no Canadá, EUA e Austrália, migrou para a Inglaterra.  

As ideias de Bauman, a partir da confabulação de sua teoria da Modernidade Líquida, a vida contemporânea transcorre numa ruptura de paradigmas com o momento histórico por ele denominado Modernidade Sólida. Na liquidez da Modernidade Líquida (ou seja, no tempo presente), tudo acontece de forma frenética, num emaranhado de promessas não cumpridas, mas sempre renovadas por outras promessas. 

Na aguçada análise de Bauman, todo o emaranhado de propostas de satisfação e superação do passado, desaba no consumismo e em decepção com as promessas não cumpridas. Na Modernidade Líquida, tudo se torna objeto de consumo. Consome-se, facilmente de tudo. Assim, de coisas a pessoas, tudo se torna objeto de consumo. Nem mesmo a pessoa humana na Modernidade Líquida é poupada pelo enredo frenético do consumismo da globalização contemporânea. 

No Brasil, grande parte dos livros de Bauman foram traduzidos. No entanto, ele se apresenta, entre nós, como um ilustre desconhecido. A academia, por sua vez, costuma trata-lo com indiferença, como se ele não existisse e, por conta disso, os textos de Bauman dificilmente são alvo de enfrentamento em eventos acadêmicos.